Preservando
a Cultura Ciclável

Maria Galhardo, presidente da Ciclaveiro, explica como esta ONG têm lutado para reverter este quadro, promovendo a mobilidade sustentável e defendendo a bicicleta como uma ferramenta essencial para enfrentar os desafios das cidades modernas.

Contexto

Em Portugal, nos últimos anos, o uso da bicicleta tem crescido nas grandes cidades, como Lisboa e Porto. Contudo, em municípios onde pedalar sempre foi uma prática enraizada, como na Murtosa e em Ílhavo, ambos no distrito de Aveiro, registou-se uma quebra substancial no número de utilizadores. Dados recentes indicam que a redução ultrapassa um terço.

A oficina de bicicletas de Augusto e Maria Morais é um símbolo da resistência de uma era em que a bicicleta era rainha na Murtosa. Nas paredes da oficina, escondidas atrás de milhares de ferramentas e peças desgastadas, guardam-se histórias de tempos em que famílias inteiras vinham ali para comprar ou reparar as suas bicicletas. Hoje, os clientes são poucos, mas isso não desanima Augusto.

Augusto Morais

“Antigamente a minha loja estava cheia de bicicletas. De passeio, de corrida. Agora já começou a cair, há 7 anos cá para trás.”

“Todos os dias ando de bicicleta, 2 kms para cá, 2 km's para lá. Sinto-me orgulhoso por isso. Assim como aqui a oficina. Não a fecho por um capricho. Eu ainda não me considero velho. ”

Augusto Morais,
Dono de uma oficina de bicicletas na Murtosa

Além dos benefícios para a saúde, Jorge aprecia o conforto e a liberdade que a bicicleta proporciona: "O carro para mim não dá conforto. Pelo o contrário. (com a bicicleta) Paro à porta do trabalho. Quero tomar uma bica, paro a bicicleta à beira da mesa da esplanada, o que é um luxo."